Quem acompanha meu instagram deve ter visto vários dos rótulos que postarei aqui.
Foi aniversário, 25°!, da importadora Prem1um. Eu estava completamente ausente de eventos com mais de 6 pessoas, primeiro pela pandemia, depois por ter tomado gosto de exercer minha atividade predileta: ficar em casa, provar os vinhos em casa, cozinhar, andar apenas no bairro da Aclimaçāo, onde moro.
Como escreveu uma vez o Ivan Lessa:”a vida, ou seja, as vinte pessoas e doze quarteirões que você frequenta” (cito de cabeça, mas a frase original tinha este espírito).
Então, para piorar o meu lado eremita, tive uma lombalgia, que nestes 2 últimos meses não me deixa ficar de pé mais que 1 hora. Mas fui, precisava voltar eventualmente ao mundo das feiras e do contato com um número grande de pessoas, de produtores de vinhos e usar a oportunidade de provar dezenas de vinhos numa rodada.
Minha querida Fernanda Fonseca prometeu que teria uma cadeira, para quando eu precisasse me sentar. Então provei de pé os vinhos de Manuel Lobo de Vasconcelos e os de Paulo Nunes e acabou, fui me sentar.
Montei a barraca de ocupação na mesa dos De Lucca, do Uruguai, e de lá fazia pequenas investidas num determinado produtor, ou alguém gentil me trazia uma taça. Deu tudo certo para uma primeira vez em 4 longos anos.
Degustei menos que gostaria, mas ainda teve o almoço de imprnsa com os produtores, no dia seguinte, onde tive a sorte grande de me sanduichar entre o brilhante Paulo Nunes da Passarella e o talentoso e animado Joan Arrufi, da Altavins. Como sou um catalão enrustido e como ele usa variedades pouco comuns, como Garnatxa Peluda e como descobrimos amigos barceloneses em comum, almocei muito bem.
Aqui uma breve lista de alguns favoritos.
Os vinhos uruguaios da De Lucca, que já conhecia, e os novos, como o Tano Tannat Natural, o Líbero Tannat Reserva e o Naranja (de Marsanne). Também os novíssimos, ainda não disponiveis na importadora, naturais de 2024: Tannat-Merlot, Merlot e o Viognier. Estes 3 levam o prêmio glupt-glupt da festa, para beber em grandes goles, gelados, primorosos.
O Ribolla Gialla DOC Friuli Colli Oriental, da Colutta. Complexo, saboroso sem perder o frescor de sua gentil acidez.
A surpresa de um Primitivo di Salento nada pesado nem super maduro, como costuma ser esta uva e naquela região de extremo calor que é a Puglia. Tem que ter talento para conseguir este resultado, da Paololeo.
Por falar em frescor conseguido no calor, todos os vinhos LV Lobo de Vasconcelos. Manuel Lobo, que conheço tem anos, como enólogo da Quinta do Crasto, no Douro, aqui trabalha os vinhos familiares no Alentejo. Desde os de entrada, branco e tinto, até o LV Reserva Tinto 2018 (40% Syrah, 30% Cabernet Sauvignon, 20% Touriga Nacional e 10% Alicante Bouschet) mostra esta nova faceta alentejana, em que lidar com o calor e os diferentes terroirs foi dominado pelos bons produtores. Definitivamente a uva Syrah fincou pé no Alentejo, para o bem da região e dos vinhos.
O best-buy foi o espumante chileno Quereu Blanc de Blancs Brut Cuvée Reserva, a R$109, incrível. Produtor Fox Wines.
E o melhor vinho que bebi no evento, o que ficou na lembrança (inclusive ousei, no dia seguinte, com autorização do produtor Paulo Nunes, sentado ao meu lado, a bebe-lo com o bife de chorizo que pedi no almoço) foi o Casa da Passarella O Fugitivo Branco em Curtimenta 2018.
Monsieur Horta,
Os vinhos da Altavins são realmente fantásticos. Antigamente vinham pela WorldWine e depois passaram para a Premium. Tive o prazer de trabalhar com a Premium por algum tempo antes do encerramento definitivo de nossa enoteca. São rótulos de fato escolhidos a dedo, um portfólio de fazer inveja. Santè 🥂